FAÇA BIODANÇA!




BIODANÇA, MEMÓRIA E VIDA



19 de abril de 2011

Adélia Prado

Antes do nome
Adélia Prado
Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe;
os sítios escuros onde nasce o ‘de’, o ‘aliás’,
o ‘o’, o ‘porém’ e o ‘que’, esta incompreensível
muleta que me apóia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é o Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infreqüentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.
http://www.germinaliteratura.com.br/adeliap.htm


Morre quem entender... Acho lindo isto pois, após a percepção de algo que estava obscuro, jamais seremos os mesmos! A compreensão, o discernimento, a ampliação da consciência é crescimento e muitas vezes, é dor também. Compreender algo é estar pronto a compreender o mundo. É constituir-se como ser que aprende. É ler o que é dito e o que não é dito. 
É reconhecer o que nos frustra e saber o que fazer com ele. A palavra é um disfarce... E, por detrás dela está o nosso desejo, a origem das coisas, o por quê das escolhas, o caminho percorrido, o ser humano que se comunica. A palavra (a atenção, o cuidado, o olhar...) dirige-se ao outro e tem o poder de reconhecê-lo como ser capaz de entender, entender-se e entender o mundo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário