FAÇA BIODANÇA!




BIODANÇA, MEMÓRIA E VIDA



31 de julho de 2011

Encontros de aposentados

Conectados com o mundo de forma ética, ecológica e a capacidade de agir com autonomia reflexiva e consciente.


De acordo com os pilares da educação do futuro, definido por um grupo internacional de educadores e coordenado pelo francês Jacques Delors, através da UNESCO, a educação para o séc. XXI deve desenvolver as seguintes habilidades:

Aprender a conhecer e compreender o mundo, com a busca do prazer de descobrir, de aprender, de viver dignamente.

Aprender a fazer através da experiência, dos elementos mediadores, da elaboração dos conhecimentos prévios, com a facilitação da autonomia no contexto da aprendizagem e da vida.

Aprender a viver junto, com o estímulo da valorização das diversas culturas, a construção de uma atitude de cooperação social, de ética e cidadania.

Aprender a ser, com a consideração das dimensões biopsicossociais das pessoas.

“Os avanços regulamentados pelo Estatuto do Idoso, no ano de 2003, os pilares da educação do futuro e as novas tendências pedagógicas parecem falar desse ser humano que pode considerar a felicidade um bem importante para sua vida.”


Estar em sintonia consigo, com o outro e com o universo. Estabelecer o seu grupo, vivenciar momentos de prazer e alegria, convivência e saúde andam juntas. As atividades culturais e de lazer proporcionam:

- a reflexão e tomada de atitudes  que resultem em saúde e longevidade;
- atividades de lazer e cultura;
- confraternização entre os participantes;
- outros, de acordo com a demanda.

Entre em contato e solicite uma proposta para seu evento. 
Veja o Encontro de Aposentados da Usiminas

30 de julho de 2011

Encontro de aposentados da Usiminas

A saúde na maturidade é também responsabilidade de cada um foi o tema do Encontro realizado no dia 30 de junho, na AAPCEU - Associação dos Aposentados e Pensionistas da Caixa dos Empregados da Usiminas. O local escolhido para sediar o evento foi o AEU, um belo clube da Usiminas situado na Pampulha. Participaram cerca de 40  pessoas, com uma programação diversificada que durou de 8h30 às 18h30. Para a AAPCEU o projeto foi divido em encontros que receberam os nomes das estações do ano, tendo em vista que a cada estação ocorre um fenômeno ligado à agronomia, à ecologia, alimentação e gestação que pode ser comparado à nossa vida: uma constante situação de mudanças, ganhos, perdas, adaptações, comemorações, despedidas e reinício a cada dia. O evento realizado foi o da ESTAÇÃO OUTONO – cuidando do plantio. Para encerrar o evento foi feito uma aula de Biodança que mobilizou o encontro, a afetividade e vitalidade dos participantes.

Leia mais sobre o evento no informativo da AAPCEU: http://www.aapceu.com.br/informativos/2011/diagramacao_julho2011.pdf

Livro: EnvelheSer, Reflexões e Práticas

Organizado à partir da experiencia dos professores da UNITI, Universidade da Terceira Idade da UNIVALE, o livro EnvelheSer, Reflexões e Práticas (2006) tem o seu prefácio escrito pela Dra Anita Liberalesso Neri, psicóloga, professora da UNICAMP. Aborda temas como: Ação educativa com idosos; idade e aprendizagem: mitos e verdades; e motricidade e envelhecimento; o trabalho, as pessoas e a aposentadoria; sexualidade; promoção de qualidade de vida; nutrição na terceira idade; educação biocêntrica e programas educacionais para idosos, entre outros.

29 de julho de 2011

Encontro sobre o filme: Como água para chocolate

Filme: como água para chocolate. 1992. México.

O encontro para assistir o filme aconteceu enriquecido pelo  calor dos amigos, ao sabor de delicioso vinho, comidinhas e muito carinho. Este encontro foi, na verdade, uma tarefa do Curso de Modelo de Ajuda, teve como objetivo entender o filme, exercer o cuidado e atenção, além de destacar as qualidades das pessoas significativas (alguns personagens do filme).


Alguns depoimentos

De Kathia Pimentel:
Quero agradecer por ontem. O encontro para assistir o filme COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE foi uma delícia. Foi lindo! Minha casa ainda tem aquele clima gostoso da presença de vocês aqui. Cada um fez tudo com tanto cuidado - pão delicioso e lindo; flores amarelas; vinhos; queijos; salgadinhos deliciosos; coberta para esquentar na hora do filme; caldinho quente para o final da noite...


De Rodrigo Liboni:
Uma questão interessante, que também percebi, é que o ato de cozinhar era um ato de nutrição amorosa, tanto que quando ela ficou doente emocionalmente, parou de cozinhar e foi reanimada por um caldo que tinha um significado de reconstituição do seu eu mais íntimo, podemos dizer um caldo numinoso. Abraços.


De Braulio Bittencourt:
Um ninho delicioso, com pessoas encantadoras, aprendizado mágico e genuína troca de afeta: eis a receita para uma noite perfeita. Obrigado por ser uma anfitriã tão maravilhosamente acolhedora.


De Valéria Fernandes:
O melhor de ver o  filme com vocês foi que ele se eternizou pra mim. As várias leituras, percepções e compreensões sobre o amor, a renúncia, as escolhas, enfim sobre os diferentes papeis que assumimos na vida são fundamentais neste momento em que estamos aprendendo a realmente nos conhecer e virar pessoa significativa na vida de cada um.
Legal é perceber que nós nos preparamos para estar junto na partilha. Cada um de nós foi buscar um jeito de valorizar o encontro. Uns escolhendo vinhos maravilhosos, outros foram pra cozinha destilar bem querer no pão, no caldo.... outros foram buscar nos mercados algo que agradasse aos paladares. Enfim cada um levou para o encontro a sua proposta de nutrição.
E naquela noite fria, aquela sala preparada com tanto carinho, nos acolheu abraçados, distribuindo carinhos, em comunhão. Penso que pra acessar raízes tão profundas e despertar sentimentos tão poderosos precisávamos mesmo partilhar um filme que tratasse do tato, do contato, dos sonhos impossíveis e depois possíveis, do olfato, do paladar, do toque, da raiva, do medo, da esperança.... por que pra isso vivemos e por isso ousamos estar juntos.


De Fernanda Ulhoa:
O filme mexeu muito comigo e agora, este seu lindo email: estou muito emocionada. Obrigada pelo encontro, pelo aconchego, pelo filme, aquele caldo delicioso - e todo o seu carinho conosco. Beijão, Fernanda.


De quem não foi, por Flavia Pereira:
Tenho certeza que o encontro foi uma delícia... fico até imaginando todos naquela sua casa tão gostosa e aconchegante,no calor daquela sala tão acolhedora, bem a vontade, olhando de perto suas lindas ervas, bem à maneira dos grandes amigos, sob os olhos uns dos outros, tão cúmplices!
Uma mesa cheia de comidinas deliciosas, preparadas por cada um com tanto amor e carinho... deve ter sido mesmo um encontro lindo!!!! Repleto de cores, cheiros, afetos e sabores.... o tempero perfeito para o final de um dia!!!!
Agora vou me despedir, pois vou  sair pra comprar uma pimenteira e o pé de arruda? Porque, definitivamente, eu não vou mentir, dá uma inveja!!! rsrs
" A aventura da vida é aprender.
O propósito da vida é crescer.
A natureza da vida está a mudar.
O desafio da vida é a superação.
A essência da vida é cuidar.
A oportunidade da vida é servir.
O segredo da vida é ousar.
O tempero da vida é a amizade.
A beleza da vida está a dar.
A alegria da vida é o amor....
Bjs amorosos e bem temperados pra todos!!!


De quem não foi: Liliana Viotti (a professora do Modelo de Ajuda)
Não sei se vocês sabem, mas sou uma cozinheira de mão cheia (uma mão cheia!!!). Entre os 5 pratos que sei fazer, um é codornas ao molho de rosas. Quem sabe será nosso menu do último módulo??? Adoraria ter estado com vocês ...Vamos falar mais sobre o filme no nosso encontro, com amor, Liliana

23 de julho de 2011

Conversando sobre a biodança

Conversando sobre a Biodanza
Kathia Pimentel

Meu objetivo neste artigo é falar sobre a Biodanza (pronuncia-se Biodança) que, considerando o sentido morfológico da palavra, pode ser chamada também de “dança da vida”: bio=vida e dança= movimento pleno de sentido.
Conheci a Biodanza por volta de 1990, a convite de uma amiga. Foi uma surpresa participar daquele encontro tão afetivo, forte, acolhedor. Foi e continua sendo, uma aprendizagem de compartilhar, de cuidar, de olhar o outro com solidariedade. Uma verdadeira motivação para a vida! Fazer alguns exercícios foi especialmente desafiador para mim devido, entre outras coisas, à rigidez muscular gerada pelas tensões originárias das responsabilidades do dia a dia. Com o tempo e entrega às vivências isso foi melhorando e fui me sentindo mais solta, mais confiante, gerando conseqüências positivas em minha maneira de ver a vida. Em 2003, fui convidada por um amigo a fazer o Curso de Formação para Docente de Biodanza. Este curso veio inicialmente como um presente e, aos poucos, foi se configurando em um caminho diferenciado para minha vida.

Considero que a Biodanza seja uma opção de desenvolvimento para todos aqueles que desejam viver uma vida com qualidade, que desejam superar preconceitos, encontrar formas criativas de viver, enfim, um caminho para aqueles que desejam dançar a vida com tudo o que ela tem para oferecer.

Segundo o criador da Biodanza não pretendemos melhorar a qualidade de vida. Somos decididamente mais ambiciosos: pretendemos a felicidade.
O criador da Biodanza é o antropólogo e psicólogo chileno Rolando Toro. Professor de Antropologia Médica na Universidade Católica do Chile nos anos 60, desenvolveu experiências para levantar o ânimo e estimular o potencial criativo de doentes mentais em um hospital psiquiátrico em Santiago.  Em sua proposta Rolando utilizou a música e percebeu que os doentes reagiam diferentemente conforme a música utilizada. Dessa constatação surgiu um profundo estudo de semântica musical aplicada à Biodanza. O método, que anteriormente se chamava psicodança, deu origem à Biodanza com o objetivo de promover a humanização da terapia e da educação e fazer uma contraposição à civilização dos dias de hoje emocionalmente empobrecida, sedentária, sem vínculos verdadeiros e sem criatividade.
Biodanza é, portanto, um sistema de crescimento e integração humana, estimulado pela música, ritmo e emoção. Tem como objetivo promover o desenvolvimento pessoal, aliado ao prazer pela vida. Oferece possibilidades diversificadas de comunicação e proporciona um continente protetor a cada participante, durante as vivências. Todas as vivências de Biodanza realizam-se em grupo. Portanto, não há Biodanza individual.
Mas, o que é vivência? Vivência, no dicionário Michaelis, é o fato de ter vida, de viver, modo de vida, hábitos de vida.  Para a Biodanza, vivência é a sensação intensa de viver o aqui e agora. É algo que acontece no momento, que gera uma emoção, que amplia a percepção de algo em nós mesmos, no outro ou no meio ambiente. A vivência é, pois, o caminho que a Biodanza utiliza para a consciência essencial da realidade e da sabedoria, que consiste na consciência profunda de si mesmo e do mundo.

Uma aula de Biodanza inicia com uma roda de intimidade verbal, onde as pessoas expressam aspectos significativos da aula anterior e como está se sentindo desde então. É um momento de intimidade, que possibilita o conhecimento e integração entre os participantes. Diferentemente de uma terapia de grupo, nesta etapa da aula de Biodanza os participantes não dão feed back pessoal, mas expressam sua integração ao coletivo.

Após a roda de intimidade verbal, iniciam-se movimentos de integração individual e coletiva.  É comum a aula iniciar-se com os movimentos em roda, pois esta tem um sentido de cerimônia, de inclusão e é símbolo de união, de fortalecimento, de igualdade entre as pessoas. Na roda estamos lado a lado, companheiros, solidários. Ao mesmo tempo em que acolhe, o participante é também acolhido pelo outro.

 São inúmeras as rodas vivenciadas em Biodanza: roda de alegria, roda de harmonia, roda de solidariedade, roda de embalo, de olhar, de comunicação, roda de valor, roda final, roda de ativação progressiva, de celebração, entre outras. Vivências significativas são também os caminhares, os movimentos segmentares de pescoço e ombros, os movimentos de extensão harmônica e de extensão máxima, as danças expressivas, livres, circulares e primitivas, entre outras.

As músicas são estudadas e analisadas quanto à sua aplicabilidade a cada exercício.  A dança, movimento pleno de sentido, desde os primórdios da humanidade integra o ser humano consigo mesmo, com seus semelhantes e com as forças da natureza.
Segundo Toro as danças são o pensamento do universo incorporado à existência humana.  Portanto, todas as dimensões da dança despertam no ser humano a ressonância com a vida, a alegria, a sensibilidade, a expressão da identidade individual e do grupo.
Os exercícios de Biodanza:
- Liberam tensões
- Elevam equilíbrio e harmonia interna
- Facilitam a eliminação de sentimentos de culpa
- Fortalecem a identidade
- Restauram a estrutura afetiva

A Biodanza promove o desenvolvimento humano pela facilitação da expressão do potencial genético de vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade e transcendência. O resultado da vivência continuada, geralmente em um encontro semanal, pode ser expresso na auto-estima, no auto-reconhecimento, renovação orgânica, saúde, alegria interior, uma atitude amorosa consigo mesmo e com o outro.

A Biodanza pode ser aplicada em educação, na área da saúde e nas organizações. Seja qual for a área de aplicação, a Biodanza considera essencial estimular a afetividade, mediante a aplicação na educação desde os primeiros anos da vida.

A importância da Biodanza vai além de fazer uma aula prazerosa. Está também em levar o aprendizado das vivências a todas as áreas da vida, melhorando a relação familiar, pessoal, profissional. É comum ouvir dos alunos que passaram a se sentir mais tranqüilos, mais harmonizados e mais felizes. 

Como facilitadora de Biodanza sinto enorme prazer ao ouvir os alunos expressarem sua alegria e bem estar em participar do grupo, pois, ser facilitador é ser o mediador, é ser o jardineiro que cultiva os brotos para a vida ressurgir.

Quando somos alunos, isto é, quando vivenciamos a Biodanza, somos o próprio broto e, quando facilitamos, somos quem cuida do broto – broto que queremos ver frutificar!

Como participante de sessões de Biodanza, estamos vivenciando nossas próprias emoções e permitindo a manifestação de nossos potenciais de vida, a expressão do nosso potencial genético e das capacidades que ainda não percebemos em nós pela repressão cultural, pelos condicionamentos. O grande prazer, nesse contexto, é estar em conexão com este pulsar: ser a dança, ser a música, ser o próprio movimento. Pura emoção de quem se entrega, vivencia, sente e se deixa afetar.

Considero importante acrescentar que o Facilitador de Biodanza tem uma formação sistematizada pela IBF - International Biocentric Foundation. O Curso de Docência em Biodanza dura cerca de três anos, exige elaboração de uma monografia apresentada oficialmente em seminários ou congressos, estágio supervisionado e participação como aluno em um grupo regular.

Bibliografia

1.       DINIZ, Hélio e PIMENTEL, Kathia. A poética do envelhecimento na facilitação de Biodanza para idosos. Monografia apresentada no Curso de Formação em Biodanza. Escola de Biodanza de Belo Horizonte. 2008.
2.       PIMENTEL, Kathia. ORG. EnvelheSer: reflexões e práticas. Governador Valadares: Editora Univale, 2006.
3.       TORO, Rolando. Biodanza. São Paulo: Editora Olavobrás, 2002.
4.       VIOTTI, Liliana Santos e CARVALHO, Gerson Barros. A empresa no tempo do amor: Biodanza nas organizações. Belo Horizonte: Editora Fênix, 1997.

 * Kathia Pimentel é Facilitadora de Biodanza, formada pela Escola de Biodança de Belo Horizonte, Sistema Rolando Toro. É também bióloga, pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia e em Geriatria e Gerontologia. E-mail: kathiapimentel@gmail.com 

3 de julho de 2011

Mudanças

Desenho de Tati Pimentel
Neste fim de semana estou mudando de casa. É tão bom reconhecer as novas possibilidade e abraçá-las... Mas dá uma pontinha de angústia, não dá? Acho que este foi o motivo de ter acordado tão cedo e precisar falar sobre o assunto para acalmar meu coração. E foi aí que me lembrei do Quintana que disse: "Amar  é mudar a alma de casa". Trazendo para meu contexto, sei que mudar de casa também pode ser um ato  de amor a si mesmo e aos entes queridos. Organizar a vida... respirar novos ares...refazer as estruturas internas...e externas... desfazer de muitos entulhos...repartir suas coisas com outros. Este é momento de limpeza. Mudar mexe com o coração da gente por ter certa ambiguidade. Vida é amor. Amor é vida. Mario Benedetti falou dessa dualidade no poema que chama Vice Versa.


              Viceversa
              Mario Benedetti 
            
            
      Tengo miedo de verte
      necesidad de verte
      esperanza de verte
      desazones de verte

tengo ganas de hallarte
preocupación de hallarte
certidumbre de hallarte
pobres dudas de hallarte

tengo urgencia de oírte
alegría de oírte
buena suerte de oírte
y temores de oírte

o sea
resumiendo
estoy jodido
y radiante
quizá más lo primero
que lo segundo
y también
viceversa.
Ao me sentir assim, neste mundo do vice versa, chamo novamente Quintana para dizer que:

           Meus pés no chão
           Como custaram a reconhecer o chão!
           Por fim os dedos dessedentaram-se no lodo macio,
           agarraram-se ao chão…
           Ah, que vontade de criar raízes!